[La Esperanza Camping, Tulum, México]
Eu e o Bruno estávamos a visitar Tulum, estado de Quintana Roo, no México, extasiados de felicidade porque era a nossa primeira grande viagem juntos. O nosso alojamento consistia num camping dentro da praia com o mar caribe e aquela areia branca e fina a acompanhar-nos.
Era hora de partir para outro destino e por isso organizamos a mochila maior, metemos tudo na mochila pequena e apanhámos boleia para o centro da cidade para ir ao supermercado. Conseguimos uma boleia de uma pick up e como já não restavam lugares lá dentro fomos na caixa mesmo. Pelo caminho íamos maravilhados a observar as nuvens e as árvores verdinhas, a sentir o vento na casa, a cheirar a maresia.
Até que "acordámos" com o condutor a avisar que tínhamos chegado. Saltámos da pick up, dissemos um Muchas Gracias ao mesmo tempo com um grande sorriso. Demorou dois segundos que olhasse para o Bruno e percebi que faltava algo. De repente, questionei "Onde está a mochila?" A reacção do Bruno foi abrir os olhos ao máximo e desatar a correr em direcção à pick up. Mas já era tarde demais, estávamos bem lixados!
Para terem uma ideia, essa mochila continha tudo o que é importante numa viagem: passaportes, dinheiro, cartões de débito e cartão visa e ainda telemóveis. Estávamos a viajar há uma semana e tínhamos ainda 4 meses pela frente de viagem pela América Central toda até ao Panamá e, num ápice, ficámos sem absolutamente nada.
Como se de um filme de terror se tratasse, começou a chover torrencialmente e eu não conseguia conter as lágrimas. Esperámos uma boa hora que o carro voltasse mas nada. A nossa viagem terminara ali.
Voltámos ao camping cabisbaixos, sem saber ao certo o que fazer. As pessoas do camping eram tão boa onda que encheram-nos de pensamentos positivos, a dizerem que a mochila iria aparecer amanhã, para não nos preocuparmos. Fizeram-nos o jantar e tentaram afastar as vibrações negativas que pairavam na nossa mente cinzenta.
A minha cabeça não parava um segundo com pensamentos mistos. Se por um lado estava já a preparar-me para voltar a Portugal, por outro o meu optimismo crónico dizia-me que ainda havia esperança, sendo o meu mantra "A esperança é a última a morrer". Disse vezes sem conta este mantra para acalmar-me e relaxar um bocado.
Era hora de partir para outro destino e por isso organizamos a mochila maior, metemos tudo na mochila pequena e apanhámos boleia para o centro da cidade para ir ao supermercado. Conseguimos uma boleia de uma pick up e como já não restavam lugares lá dentro fomos na caixa mesmo. Pelo caminho íamos maravilhados a observar as nuvens e as árvores verdinhas, a sentir o vento na casa, a cheirar a maresia.
Até que "acordámos" com o condutor a avisar que tínhamos chegado. Saltámos da pick up, dissemos um Muchas Gracias ao mesmo tempo com um grande sorriso. Demorou dois segundos que olhasse para o Bruno e percebi que faltava algo. De repente, questionei "Onde está a mochila?" A reacção do Bruno foi abrir os olhos ao máximo e desatar a correr em direcção à pick up. Mas já era tarde demais, estávamos bem lixados!
Para terem uma ideia, essa mochila continha tudo o que é importante numa viagem: passaportes, dinheiro, cartões de débito e cartão visa e ainda telemóveis. Estávamos a viajar há uma semana e tínhamos ainda 4 meses pela frente de viagem pela América Central toda até ao Panamá e, num ápice, ficámos sem absolutamente nada.
Como se de um filme de terror se tratasse, começou a chover torrencialmente e eu não conseguia conter as lágrimas. Esperámos uma boa hora que o carro voltasse mas nada. A nossa viagem terminara ali.
Voltámos ao camping cabisbaixos, sem saber ao certo o que fazer. As pessoas do camping eram tão boa onda que encheram-nos de pensamentos positivos, a dizerem que a mochila iria aparecer amanhã, para não nos preocuparmos. Fizeram-nos o jantar e tentaram afastar as vibrações negativas que pairavam na nossa mente cinzenta.
A minha cabeça não parava um segundo com pensamentos mistos. Se por um lado estava já a preparar-me para voltar a Portugal, por outro o meu optimismo crónico dizia-me que ainda havia esperança, sendo o meu mantra "A esperança é a última a morrer". Disse vezes sem conta este mantra para acalmar-me e relaxar um bocado.
Por outro lado, pensei que este poderia ser um excelente treino para parar de ser materialista e ainda uma mensagem do Universo a explicar que tenho de cuidar melhor das minhas coisas. Tanto eu como o Bruno somos "cabecinhas no ar", perdemos objectos o tempo inteiro mas quando viajas isso pode passar a ser uma tortura porque sem dinheiro torna-se quase impossível prosseguir com a viagem. A não ser que faças couch surfing, peças boleia o tempo inteiro e vás ao mercado local buscar vegetais e fruta que vai para o lixo, mas não estávamos preparados para isso, não naquela viagem.
Amanheceu. Era altura de arregaçar as mangas e ir à luta, aquela mochila tinha de aparecer, desse por onde desse. Chorar não resolvia absolutamente nada.
Em primeiro lugar "avaliamos" o condutor, parecia um género de engenheiro civil que estava a dar boleia aos construtores. Percorremos a zona onde apanhamos boleia, perguntámos a alguns construtores sobre aquele homem e nada.
Decidimos então ir ao centro da cidade. Fomos directos à polícia. Ficámos pasmados que o senhor polícia não estava a par de nada, porque na noite anterior já tínhamos estado numa outra quadra da polícia a explicar a situação. Ah pois, estamos no México! As notícias eram pouco animadoras: "Podemos assinar um papel para saírem do México sem o passaporte." Obrigadinha, sim? Então e a Guatemala, Nicarágua, Costa Rica e todos os outros países que nos esperavam? Adeus Mundo. *insert drama queen emoji*
Assim que saímos do cyber café onde telefonei ao meu banco para anular o meu cartão visa, o Bruno vai e diz-me algo como "Ouviste? Parece que ouvi o meu nome." Estava um bocado irritada e nem dei grande importância ao que o Bruno disse mas fiquei com o ouvido aberto. "Bruno Hernandez, Bruno Hernandez". ERA REAL! Olhámos para trás e mirámos um carro com um megafone, daqueles que gritam que o circo chegou à cidade. Primeiro pensamento: "Deve ser um cantor famoso por estas bandas e estão a divulgar o seu concerto em Tulum". Mas que era uma coincidência de nomes do caraças, lá isso era.
Nunca mais me esqueço desta visão em modo slow motion em que o Bruno olha para o senhor do carro que gritara o seu nome, o senhor aponta para ele e confirma "Sou o Bruno". Fomos em direcção ao carro e o senhor disse "Bruno? Marta? Eu tenho a vossa mochila!!!" COMO ASSIM? Começamos a rir que nem uns perdidos.
Então, o condutor que nos deu a boleia em vez de ir à polícia porque sabe o quanto a polícia mexicana é corrupta, pagou a este senhor para dizer os nossos nomes pelo centro de Tulum. O senhor do megafone levou-nos até ao nosso condutor-anjo-da-guarda, nós quisemos abraça-lo, beijá-lo, dar-lhe dinheiro e ele super tranquilo disse "Na boa, divirtam-se. Adeus"
Sim, somos uns sortudos do caraças e sim, aprendemos uma grande lição. Mesmo em longas viagens a mochila fica às costas ou atada à nossa mão ou perna. A bolsa da cintura passou a ser a nossa melhor amiga e, pelo menos até aos dias de hoje, esta catástrofe viajante com final feliz, não voltou a repetir-se.
Acredito que as boas energias da malta do camping ajudou-nos a não desesperar, concentrar-nos na busca da mochila e não na sua perda e a mantermos a esperança viva.
Quando chegamos ao camping com aquela mochila laranja nas mãos, parecia que segurávamos uma taça de primeiro lugar e toda a gente correu para nos abraçar e juntos cantámos vitória. Foi muito emocionante.
Já aconteceu-vos alguma história surreal destas em viagem? E sem ser em viagem?
Enquanto há vida, há esperança.
Que história do caraças! Ainda há pessoas boas, felizmente. Faith in humanity restored :)
ReplyDeleteJiji
A nossa estrelinha da sorte estava presente :D E sim, há mais pessoas bondosas neste mundo que maldosas, é sempre bom saber :)
DeleteAhhhhhhh, até fiquei de queixo caído com esta história!!!!!! Que filme! Que sorte a vossa! Felizmente ainda existem boas pessoas espalhadas por este mundo fora. :)
ReplyDeleteFoi um filme do caraças, se tivesse um final infeliz seria dos piores momentos da minha vida. Existem mesmo pessoas brutais! Embora suspeite que o condutor tivesse dinheiro de sobra, mas enfim, podia ter ficado com tudo só naquela ;)
DeleteE além de recuperarem a mochila, ficaram com uma história fantástica para contar :)
ReplyDeleteQue grande sorte! Ainda bem que há pessoas boas e preocupadas com os outros! :D
ReplyDeleteA Marca da Marta
Eu sabia que a mochila iria aparecer! Tenho uma grande fé nas pessoas, sabes? Não sei se é defeito ou feitio... Mas a verdade é que tudo o que deixei esquecido em algum lugar, acabou por encontrar o seu caminho de volta até mim. Aconteceu-me com livros, casacos, e até com a máquina fotográfica.
ReplyDeleteMundo Indefinido
excelente história. adorei. bolas, quase metidos numa alhada do caraças.
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ReplyDeleteGreat post!
I really like you :)
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Bem, que história, Marta! Dava um filme! Imagino o desespero e depois o alívio enorme! Realmente há coisas que nos ensinam como devemos manter a cabeça fria, acreditar ao máximo que a situação se vai reverter ou melhorar, parece que desejar com muita força às vezes traz o que queremos até nós! ;)
ReplyDeleteAdorei, além de ser um azar mesmo, no final de conas, tem a sua graça :D
ReplyDeleteBeijinhos
https://serraparigatemdestascoisas.blogspot.pt/