December 16, 2015

"Movimento "Vive a tua beleza"


Hoje tive o prazer de assitir à apresentação do projecto (ou movimento, como prefiro chamar) Vive a Tua Beleza. 

Tinha ouvido falar deste projecto há cerca de três semanas, quando iniciou, através do instagram da Sara Cabido, Sara Meess e da Helena, três das oito bloggers embaixadoras do #viveatuabeleza. Fiquei tão entusiasmada que corri para o site para saber mais. Deparei-me com oito histórias contadas por oito mulheres que lutam pela sua felicidade, embora todos os precalços da vida que estão a viver ou que tenham vivido. 

A sociedade, por sua vez, parece que, muitas vezes, não está preparada para situações consideradas "anormais" e, geralmente, lida de forma desumana e ignorante. Porquê julgar o outro quando nem sequer temos conhecimento do que realmente se está a passar? 


Neste sentido, o movimento Vive a Tua Beleza incentiva todas as mulheres (e homens também!) a passar cá para fora as suas angustias, os seus receios, os seus constragimentos com o corpo, uma situação caricata que nos tenha acontecido e que nos deixou desoladas. Acima de tudo este movimento pretende mostrar que não estamos sozinhos, que a nossa história pode inspirar outras pessoas, que a nossa auto estima é uma mais valia para o nosso bem estar.

Como este é um assunto que nos toca a todos/as, no final da apresentação de hoje, gerou-se um espaço para debate em que alguns dos participantes abriram o coração e falaram sobre a sua história. Fiquei maravilhada. Se há coisa que adoro é ouvir pessoas a falar das suas experiências, aquilo que as comove, os comentários absurdos que já ouviram, os caminhos controversos que passaram. Fico a saber de histórias reais que nunca se passaram comigo, então nunca tinha pensado nelas antes. Confesso que fico aterrorizada com algumas. 

Agora aqui vai a minha história: 
Vivi um ano nos EUA e quando voltei para Portugal tinha cerca de dez quilos a mais. Eu sabia que estava um bocado mais gordinha pois os jeans já não me serviam e porque as pessoas faziam questão de mo dizer na cara. Ao passar pela rua, pessoas conhecidas e amigas da minha mãe nem me comprimentavam ou perguntavam sobre a minha experiência americana diziam logo "Ai tás tão gorda, Marta!". Ouvi todo o tipo de comentários desde "Vais ficar mais gorda que a tua mãe." ou "É girinha até, mas é gorda" ou "Parabéns! Estás grávida de quantos meses?" Sinceramente?! Que indelicadeza, estas pessoas. 

A minha auto-estima sempre foi acima da média, sempre lidei bem com o meu corpo e os seus defeitos. Muito raramente utilizo maquilhagem pois gosto de me ver ao natural, com as rugas incluidas. Mas naquela altura até a minha auto-estima ficou destruida. 

Já nem ia visitar a minha mãe à loja dela pois já sabia que teria de encarar comentários sobre a minha silhueta. Sempre me vesti com roupa colorida mas nessa altura a minha alma estava tão nublada que só me vestia de preto e cheguei até a pintar o cabelo dessa cor. 

Até que, certa manhã, surgiu uma epifania daquelas bem fortes, olhei-me ao espelho e disse "Marta, sabes? CHEGA!" A partir daí sempre que vinha um comentário sobre estar gorda, respondia com um "Eu sei, eu sei. Tenho espelhos em casa" e virava as costas. Cheguei mesmo, com um ar educado, a responder que as pessoas deveriam estar mais preocupadas com os problemas das suas vidas ao invés de andarem sempre a meter-se na vida alheia. Percebi que muitos desses comentários eram uma forma de elevação da auto-estima para alimentar o seu ego. E aos poucos fui restabelecendo até que voltei ao meu peso. Com tudo isto aprendi que há comentários descenessários que deverão ficar para nós. Desde aí, a não ser que seja em jeito de brincadeira, nunca mais disse alguma coisa de alguém ser magro ou gordo. 

Comparando com as outras histórias nem acho que a minha seja muito grave. Sinto-me grata por ainda não ter vivenciado nenhum tipo de doença de maior que tenha causado anomalias físicas. Se formos a pensar bem, todos nós, cada um à sua maneira, tem a sua história. E essa deve ser partilhada com o Mundo!

PARTICIPA NESTE MOVIMENTO!

Explora o Site do Vive a Tua Beleza AQUI

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  1. Estas raparigas são os espectáculo - e tu também! Com toda a tua experiência, todas as tuas histórias, nem pensar em deixar que comentários idiotas levem a melhor. E isso aplica-se a qualquer uma de nós :)

    Jiji

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    1. Bem verdade jiji porém as vezes e taooooo difícil. As pessoas podem ser cruéis e as vezes nem se dão conta que estão a olhar com ar reprovador.

      Sinceramente quando pintei o cabelo de roxo e mandei me pra América do sul pensei que isso fosse acontecer mas afinal as pessoas até achavam piada e os miúdos adoravam puxar me os cabelos e dizer que era uma peruca :)

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  2. Não conhecia esta tua história, Marta, mas conheço muita gente parva que se regozija em mandar as outras abaixo. Sim, como se não tivéssemos espelhos em casa. O que é que se responde a essas pessoas? "Tem toda a razão, vou já fazer de tudo para emagrecer, já que prefere ver-me assim"... Não me parece.

    Eu tenho um membro da minha família que adoraaaa criticar-me. Só me vê uma vez por ano, mas faz questão de ser indelicada. Ou é a roupa, o corpo ou até mesmo o cabelo. Houve uma vez - há uns 2 ou 3 anos - que me disse, no Natal, que parecia velha com o cabelo esticado. Do nada. Sem eu perguntar nada. Isto vindo de uma mulher realmente velha, é algo engraçado, por isso não resisti a partir-me a rir. :P

    E acho que é isso que temos que fazer. Rir-nos na cara de quem nos quer deitar abaixo por motivo nenhum. E olha que mesmo assim já é muita atenção que recebem da nossa parte. :P

    Joan of July

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    1. Tens razao Catarina, rir dessas parvoíces e o melhor remédio. Ca para mim essa tua familiar tem e inveja por seres tão bonita :D

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  3. Eu sofria do complexo inverso: de estar/ser magra. Depois percebi que meio mundo que me dizia "Estás tão magra!! estava claramente com excesso de peso e não deviam sentir-se bem com isso. Anyway... a dada altura pensei que isto de ser magra só tem benefícios: qualquer trapo me fica bem, posso comer sem culpas e dietas malucas e só tenho que me preocupar em manter o meu corpo saudável e ser feliz. Este novo entendimento libertou-me de complexos ou parvoíces.

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    1. Sabes, não é fácil chegarmos a essa conclusão por nós próprios pois a tendência é pensar que eles têm razão e a bizarra aqui és tu. Também tive uma fase mais magrinha e ouvia alguns comentários que era anoretica e ignorava essas pessoas com uma naturalidade surreal.

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    2. As pessoas por natureza estão muitas vezes insatisfeitas consigo e com os outros. Nada está bem!

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    3. O Ser Humano é um eterno insatisfeito, não é verdade? Bem, falo por mim.

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    4. Mas mesmo assim acho que deveriamos passar mais tempo a pensar na nossa vida que na dos outros ;)

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  4. Podemos partilhar a tua história no nosso site babe? :D

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    1. Sim, sim podem. Se precisarem de uma foto minha a acompanhar o texto estão a vontade para escolher uma que gostem do meu facebook ou blog. Ou então envio-vos uma!

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  5. A minha história é muito semelhante no que toca às bocas, mas talvez pela minha personalidade e pelo apoio em casa essas coisas nunca me lixaram mais que 5 minutos. Também respondia à altura, nunca ninguém em chamou gorda duas vezes xD

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  6. Mai nada! Manda essa gente toda apanhar uvas e zarpar para outro lado :P

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Grata por comentares, adoro saber o que passa pela tua mente.

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